Na noite de sexta-feira, um terremoto de magnitude 6,9 na escala Richter foi detectado em Marrocos. Segundo a Reuters, a televisão estatal do país africano informou que o desastre resultou num mínimo de 820 mortos e 329 feridos.
A partir desta manhã, o Ministério do Interior marroquino informou um aumento no número de vítimas do terremoto ocorrido na noite de sexta-feira. O número de mortos já chega a 632 e o número de feridos não foi divulgado. No entanto, de acordo com uma atualização recente da televisão estatal, os números subiram para 820 mortos e 670 feridos no país africano, conforme noticiado pela Reuters.
O Ministério dos Negócios Estrangeiros divulgou um comunicado afirmando que contactou vários cidadãos portugueses que se encontram actualmente em Marrocos. De acordo com o comunicado, todos os portugueses contactados até ao momento relataram que estão seguros e não sofreram quaisquer danos materiais significativos ou problemas de saúde.
De acordo com o Serviço Geológico dos Estados Unidos da América, que regista a atividade sísmica em todo o mundo, o abalo ocorreu às 23:11 de sexta-feira. O epicentro foi na localidade de Ighil, situada 63 quilómetros a sudoeste da cidade de Marraquexe. O terramoto ocorreu a uma profundidade de 18,5 quilómetros, de acordo com a mesma fonte.
Através das redes sociais estão a ser divulgados vídeos de edifícios desabados e danificados, incluindo partes das famosas muralhas vermelhas que cercam a cidade velha da histórica Marraquexe, Património Mundial da UNESCO, onde os habitantes saíram às ruas em pânico.
Segundo testemunhas citadas pela agência Efe, o tremor foi sentido em cidades do norte, como Larache, a 550 quilómetros do epicentro, bem como em Casablanca e Rabat, a 300 e 370 quilómetros, respetivamente.
O sismo foi sentido em várias regiões de Portugal, confirmou hoje o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA).
Em comunicado, o IPMA disse que o sismo foi sentido com intensidade máxima III/IV, na escala de Mercalli modificada, nos concelhos de Castro Marim, Faro, Loulé, Portimão, Vila Real de Santo António (Faro), Cascais, Lisboa, Torres Vedras, Vila Franca de Xira (Lisboa), Almada, Setúbal e Sines (Setúbal).
Foi ainda sentido com menor intensidade nos concelhos de Coimbra, em Albufeira, Olhão, Silves (Faro), Alenquer, Loures, Mafra, Oeiras, Sintra, Amadora, Odvelas (Lisboa), Santo Tirso, Vila Nova de Gaia (Porto), Santiago do Cacém, Seixal e Sesimbra (Setúbal), acrescentou o instituto.
A escala de Mercalli Modificada mede os “graus de intensidade e respetiva descrição”. Quando há uma intensidade IV, considerada moderada, os carros estacionados balançam, as janelas, portas e loiças tremem, e os vidros e loiças chocam ou tilintam, podendo as paredes ou estruturas de madeira ranger, descreve o IPMA.
O sismo foi sentido também no sul de Espanha, onde o serviço de emergências da Andaluzia registou cerca de 20 chamadas provenientes das províncias de Huelva, Sevilha, Málaga e Jaén. De acordo com relatos nas redes sociais, o sismo foi sentido ainda no Mali e na Argélia.
A 24 de fevereiro de 2004, um terremoto de magnitude 6,3 na escala Richter abalou a província de Al Hoceima, 400 quilómetros a nordeste de Rabat, matando 628 pessoas e causando danos materiais significativos.