O Presidente da República, Filipe Nyusi, anunciou hoje (13) na província de Gaza, no sul de Moçambique, que o governo está a planear a criação de estradas alternativas à Estrada Nacional Número Um (EN1), com o objetivo de reduzir a dependência dessa única infraestrutura, que é crucial para a conexão entre as regiões norte e sul do país.
Essa nova via alternativa pode ser incluída no próximo Programa Quinquenal do Governo, que precisa ser aprovado pela Assembleia da República, o parlamento moçambicano, para que os investimentos necessários possam ser discutidos e garantidos.
A rota planejada terá início no distrito de Macie, em Gaza, e se estenderá até Inchope, na província de Manica, contornando a província de Inhambane. Isso proporcionará uma alternativa para as pessoas que se deslocam do norte de Gaza, permitindo que cheguem às regiões central e norte do país de forma mais eficiente.
A nova estrada pode incluir trechos como Macia-Chokwé, Macarretana, Mabalane, Mapai, Massangena, Espungabera, Sussundenga, Chimoio e até Inchope, com a previsão de construção de uma ponte sobre o Rio Save, que liga Massangena, em Gaza, e Espungabera, em Manica, na zona central.
Nyusi garantiu que o processo de mobilização de financiamento para tornar esse projeto uma realidade já está em andamento.
Esse anúncio foi feito hoje durante a inauguração da Estrada Macia-Chokwé, que passou por obras de reabilitação e ampliação em um trecho de 62 quilômetros, com investimentos da REVIMO.
“Nós estamos trabalhando arduamente para introduzir estradas alternativas à EN1 em alguns de seus trechos”, esclareceu Nyusi. Ele enfatizou que Moçambique não pode depender exclusivamente de uma única estrada, pois qualquer problema nessa via principal causa sérios problemas para a circulação de pessoas e mercadorias. Portanto, é crucial planejar e desenvolver outras vias alternativas.
“Vimos isso em Cabo Delgado, onde só havia uma única rota para Mocímboa, e quando enfrentamos problemas, só então pensamos em uma alternativa, mas aprendemos com essa experiência. O mesmo se aplica aqui na Estrada 3 de Fevereiro, onde, quando ocorrem problemas, enfrentamos congestionamentos”, acrescentou Nyusi.
O Presidente observou que a EN1, em seu curso mais a jusante, atravessa vários rios, tornando-a mais vulnerável a interrupções durante a estação chuvosa, devido ao aumento do nível dos rios, o que afeta a conectividade entre as regiões sul, central e norte do país.