A junta governante da Guiné suspendeu a exportação de vários produtos agrícolas, incluindo arroz, batata e óleo de palma, durante seis meses para preservar a sua “soberania alimentar” e a “paz social”.
Esta decisão está ligada à preocupação de preservar os stocks antes das próximas colheitas, e “de modo algum” ao termo, na segunda-feira, do acordo entre Moscovo e Kiev, que permitiu à Ucrânia exportar cereais, nomeadamente para África, apesar da guerra, do Disse o Ministério do Comércio da Guiné.
“Estamos entrando em um período (de escassez). Precisamos reabastecer nossas reservas para garantir a soberania alimentar e a paz social”, disse um funcionário do Ministério do Comércio à AFP na terça-feira.
A suspensão das exportações diz respeito a cerca de quinze alimentos básicos (arroz, cebola, batata, malagueta seca, malagueta fresca, beringela, quiabo, tomate fresco, inhame, mandioca, milho, mandioca e farinha de milho, inhame, batata-doce e palma petróleo), afirmou o ministério em comunicado datado de segunda-feira e enviado à AFP na terça-feira.
As exportações destes produtos estão “proibidas por um período de seis meses”, sob pena de multa ou mesmo de processo criminal, alertou.
A Guiné, um dos países mais pobres do mundo, apesar do seu rico subsolo (ferro, bauxite e ouro em particular), normalmente exporta estes produtos agrícolas para muitos países da África Ocidental.
Na segunda-feira, Moscovo recusou-se a prorrogar o acordo de cereais assinado com a Ucrânia em julho de 2022 sob a égide das Nações Unidas e da Turquia, e posteriormente prorrogado várias vezes, denunciando os obstáculos ao comércio de fertilizantes e produtos russos.
Este acordo permitiu a exportação de cereais ucranianos através do Mar Negro, apesar da invasão russa, em benefício particular dos países africanos.
A Guiné é governada desde 2021 por uma junta que tomou o poder num golpe. Sob pressão internacional, os militares concordaram em entregar o poder a civis eleitos até ao final de 2024.